Alexandre Herculano

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Alexandre Herculano (1810/1877). Representa, paradigmaticamente com Garrett, o grande projeto renovador da nossa primeira geração romântica. A obra literária de Herculano reparte-se entre a poesia e a ficção narrativa. A sua produção poética, criada na juventude, é representada pelo vol. “A Harpa do Crente”, de 1838 (sob o título de Poesias). A sua noção de poesia e da alma do poeta está perpassada de intensa religiosidade. A lírica herculaniana, quase sempre grandiloquente, tem grandes polos temáticos vivências religiosas, grandes espetáculos da natureza, esperanças e sofrimentos provindos das vicissitudes lusas. O Deus de que nos fala é o Criador omnipotente, ora apresentado como o Justiceiro bíblico temível para o réprobo, ora como Senhor da misericórdia testemunhada por Cristo, esse Redentor “amigo do povo” que restaura a esperança na alma titânica do poeta, inadaptada à existência medíocre, ansiosa de infinito e aberta à apetência da morte libertadora. Uma dimensão de “perpetuidade”, que o escritor considerava inerente à expressão poética. Escultor Zulmiro de Carvalho

Alexandre Herculano (1810/1877). Paradigmically represents with Garrett, the great renovating project of our first romantic generation. Herculano's literary work is divided between poetry and narrative fiction. His poetic production, created in his youth, is represented by vol. “The Harp of the Believer”, from 1838 (under the title of Poetry). His notion of poetry and the poet's soul is permeated with intense religiosity. The Herculean lyric, almost always grandiloquent, has great thematic poles religious experiences, great spectacles of nature, hopes and sufferings arising from the Portuguese vicissitudes. The God that speaks to us is the omnipotent Creator, now presented as the fearsome biblical Punisher for the reprobate, now as Lord of mercy witnessed by Christ, that Redeemer “friend of the people” who restores hope in the titanic soul, unfit for mediocre existence, anxious for the infinite and open to the appetite of liberating death. A dimension of “perpetuity”, which the writer considered inherent to poetic expression. Sculptor Zulmiro de Carvalho