Capela de São Julião - Capela de São Julião
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Address : | Melgaço, Portugal |
Categories : |
Church
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City : | Melgaço |
J
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★ ★ ★ ★ ★ São ainda desconhecidas as origens desta pequena capela, bem como da devoção regional que lhe está subjacente. As primeiras referências ao edifício datam da primeira metade do século XIII e indicam que, neste local, ou anexo a ele, existia uma gafaria, que funcionava como local de acolhimento no caminho entre a vila de Melgaço e a ermida de Nossa Senhora da Orada.
A capela que ainda hoje aqui subsiste pode bem ser o único testemunho dessa primitiva instituição. O facto de ser um edifício estilisticamente incaracterístico, situável no tempo gótico, mas destituído de elementos cronológicos identificadores, permite sugerir a hipótese de remontar à primeira metade do século XIII, perspectiva que, contudo, terá de aguardar melhores dados de caracterização, antes de ser assumida sem reserva. Mas são mais os elementos que nos permitem avançar com esta proposta. Se o portal principal é em arco quebrado, coexistem, aqui, muitas características ainda assumidamente românicas, como a quase inexistência de iluminação (efectuada apenas por apertadas frestas) e a organização do telhado sobre cornijas decoradas com modilhões, estes dispostos assimetricamente no alçado e já sem qualquer decoração.
De estrutura muito simples, e dominado pela horizontalidade, a capela compõe-se de um compartimento único rectangular coberto por tecto de madeira e pavimento de terra batida, estando a mesa de altar integrada no mesmo espaço que a suposta nave, verificando-se, desta forma, uma uniformização interior que reforça a modéstia do plano.
A fachada principal foi o elemento que mereceu maior cuidado aos construtores, organizando-se com maiores dimensões, tanto em largura como em altura. O portal principal, de volta quebrada e arco único, possui aduelas levemente chanfradas, mas qualquer sugestão de monumentalidade foi afastada, pela inexistência de capitéis, bases ou degraus de enquadramento. Num plano superior, e em posição axial em relação ao portal, existe um pequeno nicho, hoje algo adulterado, destinado a albergar uma imagem devocional, entretanto presumivelmente desaparecida. A terminação da fachada é em empena triangular, elevando-se bem acima do tecto da capela, solução que evidencia aquela ténue aparência monumental, que poderia ainda ser reforçada pela existência de um campanário, como equaciona Lourenço Alves (ALVES, 1984, p.73).
Se a pequena capela de São Julião é o templo da gafaria ou leprosaria medieval das imediações de Melgaço, então ela seria uma instituição muito pobre, praticamente sem recursos para efectivar a sua acção de solidariedade. Desconhecemos qual a evolução da irmandade pela Baixa Idade Média mas, no século XVI, à semelhança do que aconteceu com a maioria das instituições privadas de solidariedade, ela passou para a administração da Misericórdia de Melgaço. Um século depois, um documento refere que a capela estava muito arruinada e teve de ser reparada. De facto, a Idade Moderna não procedeu a grandes modificações no templo, limitando-se a consolidar a anterior estrutura e a actualizar minimamente o principal elemento de devoção: o seu altar. É desta forma que podemos compreender o tecto de ripas de madeira policromada, que ainda hoje cobre o interior, e o retábulo, já presumivelmente setecentista, executado em madeira e cuja montagem ocultou a fresta nascente da capela, uma peça de mobiliário litúrgico que, em 1984, estava já completamente podre (IDEM, p.73).
Parcialmente intervencionada na década de 90 do século XX, numa campanha restauradora custeada pelo então proprietário, e cujos trabalhos se limitaram ao desmonte do retábulo e à desobstrução de arvoredo do edifício, a modesta capela de São Julião permanece como um testemunho da organização medieval desta região, simultaneamente da gafaria, dos caminhos medievais do Alto Minho e dos rumos da arte nos tempos de transição estilística entre o Românico e o Gótico.
The origins of this small chapel and the underlying regional devotion are still unknown. The first references to the building date from the first half of the thirteenth century and indicate that in this place, or attached to it, there was a gafaria, which functioned as a welcoming place on the way between the village of Melgaço and the chapel of Nossa Senhora da Orada.
The chapel that still exists here may well be the only testimony of this primitive institution. The fact that it is a stylistically uncharacteristic building, situated in Gothic time, but devoid of identifying chronological elements, makes it possible to suggest that it goes back to the first half of the 13th century, a perspective which, however, will have to wait for better characterization data before being assumed without reservation. But it is the elements that allow us to move forward with this proposal. If the main portal is a broken arch, there are many characteristics that are still assumed to be romantic, such as the almost nonexistent illumination (made only by narrow cracks) and the organization of the roof on cornices decorated with cantilevers, which are arranged asymmetrically in the elevation and already without any decoration.
Very simple in structure, and dominated by horizontality, the chapel consists of a single rectangular compartment covered by wooden ceiling and dirt floor, and the altar table is integrated in the same space as the supposed nave, and this form, an interior uniformity that reinforces the modesty of the plan.
The main façade was the element that deserved the greatest care to the builders, being organized with larger dimensions, both in width and height. The main portal, broken back and single arch, has slightly beveled staves, but any suggestion of monumentality was removed, due to the lack of capitals, bases or steps of framing. On an upper plane, and axially to the portal, there is a small niche, now somewhat adulterated, intended to house a devotional image, but presumably missing. The façade ends in a triangular gable, rising well above the chapel ceiling, a solution that highlights that faint monumental appearance, which could be further reinforced by the existence of a belfry, as equated by Lourenço Alves (ALVES, 1984, p.73 ).
If the small chapel of São Julião is the temple of the medieval gaffaria or leprosaria in the vicinity of Melgaço, then it would be a very poor institution, practically without resources to carry out its solidarity action. We are unaware of the evolution of the fellowship in the Lower Middle Ages, but in the sixteenth century, as with most private charities, it passed to the administration of the Melgaço Mercy. A century later, a document states that the chapel was very ruined and had to be repaired. In fact, the Modern Age did not make major modifications to the temple, but merely consolidated the previous structure and minimally updated the main element of devotion: its altar. This is how we can understand the polychrome wooden slat ceiling, which still covers the interior, and the presumably eighteenth-century altarpiece made of wood and whose assembly concealed the nascent chapel, a piece of liturgical furniture that 1984, it was already completely rotten (IDEM, p.73).
Partly intervened in the 1990s in a restorative campaign funded by the then owner, whose work was limited to the dismantling of the altarpiece and the clearing of the building's grove, the modest chapel of St. Julian remains a testimony to the medieval organization of this region. , simultaneously of the gafaria, the medieval paths of the Alto Minho and the directions of art in the times of stylistic transition between the Romanesque and the Gothic.
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