Parish Council of Silves - R. João de Deus 21
About Parish Council of Silves
A origem de Silves é difícil de determinar dada a sua antiguidade. A arqueologia permitiu concluir que a região é habitada desde os tempos Pré-Históricos.
Silves terá tido origem, muito provavelmente, numa importante feitoria fenícia do 1º milénio a.C., a chamada Cilpes, que distava da atual cidade cerca de dois quilómetros. Encontram-se também vestígios da ocupação romana, no núcleo urbano da cidade.
A ocupação muçulmana foi a que exerceu maior influência no território, estando presente desde os séculos VIII e XIII. É durante este período, particularmente nos séculos IX a XII, que Silves se torna num importante centro económico, social e cultural, tendo recebido o título de “berço da poesia arábico-andalusa”, sendo conhecida como a cidade de filósofos e poetas, como Ibn Caci, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamid.
No século XII a cidade, denominada Xelb (ou Xilb), era descrita por geógrafos como sumptuosa e imponente e comparada em grandiosidade com Lisboa, Sevilha e Córdova. Do período de ocupação árabe datam os principais monumentos da cidade, dos quais se destacam o Castelo, importante fortificação militar, dos mais bonitos e bem conservados do país, a atual Sé e o Poço-cisterna Almóada, exemplar único à escala mundial.
Em 1189, Silves foi atacada e tomada aos Almóadas por D. Sancho I, com o auxilio de um contingente de Cruzados em trânsito para a Terra Santa. Após renhido combate a cidade rendeu-se pela sede. Nessa altura, D. Sancho I intitulou-se Rei de Portugal e de Silves.
Os muçulmanos retomaram Silves em 1191, tendo Al-Mansur dotado a cidade de fortes muros e infraestruturas de aprovisionamento de água.
Entre 1242 e 1246 a cidade é reconquistada definitivamente por D. Paio Peres Correia.
Em 1266, D. Afonso III concede a Silves um foral semelhante ao que havia sido atribuído a Lisboa, e em 1269 o mesmo rei concede aos mouros forros de Silves um novo foral, que será revogado em 1504 pelo D. Manuel I.
Será a partir de 1267 que o reino do Algarve se assume, levando D. Afonso III a nomear um bispo, elevando Silves a sede episcopal e tornando-a capital de todo do Algarve.
No século XV, o Infante D. Henrique é nomeado Alcaide-Mor de Silves, que era então uma cidade de considerável importância marítima, comercial e agrícola, possuidora de estaleiros de construção naval e de excelente porto de construção naval e de excelente porto fluvial, bem perto do Atlântico. Muitos dos seus moradores participaram, direta ou indiretamente, no processo dos Descobrimentos, sendo o mais reconhecido Diogo de Silves, a quem se atribui a descoberta dos Açores, em 1427.
Durante os séculos XIV e XV Silves desfrutou de prosperidade por ser a capital do bispado e pelo seu florescente comércio marítimo. Os séculos seguintes trouxeram o assoreamento do rio Arade, a principal via de comunicação com o exterior, o que foi nefasto para a cidade que perde progressivamente a sua importância económica, politica, religiosa e militar. Em 1534, a sede episcopal é mudada para Faro e a cidade enfrentou uma crise muito séria, agravada pelo Terramoto de 1755 que deixa pouco mais de uma dezena de casas habitáveis.
O renascimento da cidade dá-se com o aparecimento e forte desenvolvimento da industria corticeira, nas ultimas décadas do século XIX. Importante centro operário e industrial, prosperando em população e novas edificações, desenvolve-se politica e culturalmente para as causas republicanas e sindicalistas que ainda hoje se reconhecem na toponímia das suas ruas. Silves torna-se o maior centro corticeiro do país, produzindo e exportando para todo o mundo.
O Estado Novo irá quebrar este ciclo de expansão, forçando à deslocalização das fábricas de cortiça, para por termo às lutas operárias e reduzir a força dos sindicatos.
No ciclo mais recente, a freguesia assentou grande parte da sua atividade económica na agricultura de regadio e nos pomares de citrinos, que substituíram a produção de frutos secos, A produção de laranja, em particular, levou à criação da marca “Silves, Capital da Laranja”, a que se associa a marca “Vinhos de Silves”, que promove uma atividade económica, reconhecida com prémios internacionais.
O turismo associado ao património, cultura e gastronomia, ocupa um lugar relevante na economia da freguesia, um território muito vasto, com uma extensa área serrana e cujo centro urbano, a cidade de Silves, é um lugar cada vez mais visitado e procurado.
Fonte Câmara Municipal de Silves
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